sábado, 2 de janeiro de 2010

TAÍ!

Taí!


Dia desses, enquanto passavam os comerciais durante o intervalo de um programa que estava assistindo na tv, deparei-me com um programa infantil. Bem interessante por sinal, com uma plateia participativa, um apresentador carismático e convidados que estimulavam realmente a imaginação e o raciocício das crianças. Até que no final apareceu um coro infantil cantando uma famosíssima marchinha de carnaval intitulada Taí (Composição de Joubert de Carvalho). Eis a letra (o grifo é meu):


Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ai meu bem não faz assim comigo não
Você tem você tem que me dar seu coração


Meu amor não posso esquecer
Se dá alegria faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não têm fim



Essa história de gostar de alguém
Já é mania que as pessoas têm
Se me ajudasse Nosso Senhor
Eu não pensaria mais no amor



Longe de mim dar uma de conservador, mas eu sou conservador sim. E acredito que é no mínimo constrangedor uma criança cantar os versos àcima grifados. Imagine uma criança lamentando-se da vida e dizendo "a minha vida é tão sofrida... são só lágrimas e mágoas sem fim..." Você consegue imaginar alguma criança cantando isso?


Essa história de gostar de alguém/Já é mania que as pessoas têm. Traduzindo: as crianças já crescem sabendo que gostar de alguém é uma mania. Algo sem importância, desnecessário. Que tal criar seus filhos dizendo a eles que gostar de alguém é uma história qualquer sem importância? Em tempos de amigos virtuais, é preocupante. Assiti uma entrevista em que um homem dizia que foi a uma festa de adolescentes e notou pasmado que eles eram incapazes de manter uma conversa, um bate-papo entre si. Simplesmente ficavam mandando torpedos uns para os outros.


Eu trabalhei numa loja de informática onde duas funcionárias ficavam em dois computadores a menos de um metro de distância conversando pela internet. Mas quando não estavam conectadas não conseguiam conversar por muito tempo (mas se tivessem on line poderiam ficar o dia inteiro "teclando entre si").


Finalizando com chave de ferro-velho: Se me ajudasse Nosso Senhor/Eu não pensaria mais no amor.


Imagine o seguinte diálogo:
- Meu filho, eu sei que você está magoado, mas peça a Deus que ele vai fazer você esquecer esse negócio de amor.


Estou viajando, sendo paranoico ou tem algum fundamento nesse comentário? Creio que, vivendo num mundo cada vez mais egoísta, não estou tão delirante assim.


Quando você começa a analisar pequenos detalhes diários, que parecem inofensivos, que as pessoas comuns não ligam ou não dão a devida importância, e sabe que essas coisas pequenas irão desencadear estragos muito maiores no futuro, então tudo parece fazer sentido. Vivemos numa MATRIX mesmo. O povão não percebe. E já que uma minoria consegue enxergar isso, que propague para o maior número de pessoas possíveis.


Quando vemos estarrecidos hoje casos e mais casos de pedofilia, que só aumentam, basta olhar para trás atentamente e ver que isso é só uma consequência natural do que foi plantado na mente de uma sociedade corrompida.


Expressões como "Vem neném, senta no colinho do papai...", que todo mundo achava graça, hoje será que é tão engraçado assim? Programas infantis que transformaram crianças em mini-prostitutas, livros, quadrinhos, cinema, teatro, músicas, filmes... Fomos tão bombardeados com insinuações e sugestões malignas que ficamos anestesiados. Agora... taí!


Finalizando, outra letra para análise. Ela está no disco de estréia da banda BIDÊ OU BALDE "Se sexo é o que importa, só o rock é sobre amor!", lançado pelo selo gaúcho Antídoto, com distribuição nacional pela gravadora Abril Music. O primeiro disco veio com sucessos como "E Por Que Não?", uma das músicas mais executadas nas rádios jovens do Rio Grande do Sul em 2001.


Bidê ou Balde - E Por Que Não?


Eu estou amando,
a minha menina.
E como eu adoro,
suas pernas fininhas.
Eu estou cantando,
pra minha menina.
Pra ver se eu convenço
ela a entrar na minha.


E por que não?


Teu sangue é igual ao meu,
teu nome fui eu quem deu,
te conheço desde que nasceu!
E por que não?


Eu estou adorando ver a minha menina,
com algumas colegas, dela da escolinha.
Eu estou apaixonado pela minha menina.
Ouve o jeito que ela fala, olha, o jeito que ela
caminha.


E por que não?
Teu sangue é igual ao meu,
teu nome fui eu quem deu,
te conheço desde que nasceu!
E por que não?


Eu estou amando, a minha menina.
Ouve o jeito que ela fala, olha o jeito que ela
caminha.


E por que não?
Teu sangue é igual ao meu,
teu nome fui eu quem deu,
te conheço desde que nasceu!
E por que não?


Sem comentários... Taí!


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