segunda-feira, 4 de março de 2013

ENTENDENDO E PRATICANDO A VERDADEIRA TEOLOGIA


ENTENDENDO E PRATICANDO A VERDADEIRA TEOLOGIA


BARTH, Karl. Introdução a Teologia Evangélica. 11ª Edição. São Leopoldo: Editora Sinodal2012.
         
Obra fundamental do teólogo

         O livro está distribuído em quatro partes maiores com o objetivo de corrigir erros teológicos cometidos no meio cristão e esclarecer à luz da Bíblia o que é de fato teologia e qual o papel da tradição, da comunidade e do teólogo.

         O livro começa com um prefácio escrito pelo próprio Karl Barth, seguido de uma pequena explanação. Logo após, a obra é dividida em quatro partes maiores, com quatro subtemas para cada parte. A linguagem é rebuscada e de difícil assimilação para o nível médio da população. O livro é muito técnico, mas o autor se permite usar ilustrações, sermões, exemplos e até poesia para ilustrar a importância da teologia para todos os cristãos.

         A primeira parte chamada O Lugar da Teologia é dividida em quatro preleções (como as demais): A Palavra, As Testemunhas, A Comunidade, o Espírito.

         A segunda parte é intitulada A Existência Teológica e divide-se em Admiração, Abalo, Comprometimento, e .

         Os Perigos que Ameaçam a Teologia dividem-se em Solidão, Dúvida, Tribulação e A Esperança, que é a terceira parte.

         Por último, O Labor Teológico é assim apresentado: Oração, Estudo, Serviço e O Amor.

Teologia evangélica é uma ciência modesta, tolerante, paciente, benigna, sofredora e amorosa. Não por si só, mas quando baseada nas Escrituras Sagradas.

O teólogo sincero e os pastores sinceros sentem-se meio que como um cavaleiro solitário em meio a tantas distorções religiosas. Muitos desistem e seguem a nova onda, questionam-se se realmente estão no caminho certo. Tantas igrejas lotadas de gente vazia e com dízimos astronômicos acabam vencendo muitos que antes combatiam essas práticas. Será que a fé destes estava baseada realmente na Palavra?

Há hoje a necessidade da mentoria. “Quem vigia os vigilantes?” Quem pastoreia os pastores?  Quem cuida daqueles que cuidam? É extremamente necessária hoje a figura do pastor que pastoreia pastores, do conselheiro que aconselha os conselheiros. A pressão é muito grande, as tentações são enormes, a vida é estressante. “Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mt 6.34). Mas o verdadeiro cristão tem seus próprios males, e os que a própria comunidade “de bom grado” lhe oferece. Paga-se um preço muito alto. Se este crente não procura ajuda, “a cabeça não aguenta”.

O teólogo é homem de dores, que se assombra, que se admira, se abala, um inconformado com o mundo a sua volta, que tem o coração partido pela Palavra.

O tempo de discursos como “Pecadores nas mãos de um Deus irado” já acabou. Hoje, se ele fosse declamado integralmente talvez causasse mais risos do que prantos.

Uns dizem: “a igreja sou eu”, “não vou à igreja, mas Jesus está comigo”, “sou cristão, mas não vou à igreja nenhuma”, “o homem é falho, só olho pra Deus”... Não poderiam estar mais equivocados.  Uma pessoa só pode afirmar que é crente, cristão, evangélico, ou o que seja se estiver inserido em uma comunidade de fé.

Curioso como o pensamento reinante no nosso meio evangélico é totalmente contrário ao das Escrituras, que diz que todos os crentes, não uma minoria, são chamados a fazer teologia. Que seria experimentar, entender, estudar e ensinar desse Deus para todos. Teologia não é para uma restrita classe de intelectuais, um tipo de ilusório “clube do bolinha” gospel, na ilusão de se achar que é melhor que muita gente que não valoriza a Palavra de Deus.   

Isso é fé: cremos para entender. Eventualmente sou questionado sobre “o que senti quando levantei minha mão e fui lá na frente da igreja aceitando o convite do pastor”. No consenso geral pensa-se em algo sobrenatural, manipulador, apelativo. Mas minha resposta é sempre a mesma: a minha conversão foi racional, veio de algo que tive certeza de que era o melhor para a minha vida. Certeza de que ao tomar a decisão de conversão estava deixando uma vida leviana para trás em busca de algo melhor, em sintonia com Aquele que me criou. E isso não tem preço. 


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