ENTENDENDO E PRATICANDO A VERDADEIRA TEOLOGIA
BARTH, Karl. Introdução a Teologia Evangélica. 11ª Edição. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2012.
Obra fundamental do teólogo
O livro
está distribuído em quatro partes maiores com o objetivo de corrigir erros
teológicos cometidos no meio cristão e esclarecer à luz da Bíblia o que é de
fato teologia e qual o papel da tradição, da comunidade e do teólogo.
O
livro começa com um prefácio escrito pelo próprio Karl Barth, seguido de uma
pequena explanação. Logo após, a obra é dividida em quatro partes maiores, com
quatro subtemas para cada parte. A linguagem é rebuscada e de difícil
assimilação para o nível médio da população. O livro é muito técnico, mas o
autor se permite usar ilustrações, sermões, exemplos e até poesia para ilustrar
a importância da teologia para todos os cristãos.
A
primeira parte chamada O Lugar da
Teologia é dividida em quatro preleções (como as demais): A Palavra, As Testemunhas, A Comunidade, o
Espírito.
A
segunda parte é intitulada A Existência
Teológica e divide-se em Admiração,
Abalo, Comprometimento, e Fé.
Os Perigos que Ameaçam a Teologia dividem-se
em Solidão, Dúvida, Tribulação e A
Esperança, que é a terceira parte.
Por
último, O Labor Teológico é assim
apresentado: Oração, Estudo, Serviço e O
Amor.
Teologia
evangélica é uma ciência modesta, tolerante, paciente, benigna, sofredora e
amorosa. Não por si só, mas quando baseada nas Escrituras Sagradas.
O
teólogo sincero e os pastores sinceros sentem-se meio que como um cavaleiro
solitário em meio a tantas distorções religiosas. Muitos desistem e seguem a
nova onda, questionam-se se realmente estão no caminho certo. Tantas igrejas
lotadas de gente vazia e com dízimos astronômicos acabam vencendo muitos que
antes combatiam essas práticas. Será que a fé destes estava baseada realmente na
Palavra?
Há
hoje a necessidade da mentoria. “Quem vigia os vigilantes?” Quem pastoreia os
pastores? Quem cuida daqueles que
cuidam? É extremamente necessária hoje a figura do pastor que pastoreia
pastores, do conselheiro que aconselha os conselheiros. A pressão é muito
grande, as tentações são enormes, a vida é estressante. “Basta a cada dia o seu
próprio mal” (Mt 6.34). Mas o verdadeiro cristão tem seus próprios males, e os
que a própria comunidade “de bom grado” lhe oferece. Paga-se um preço muito alto.
Se este crente não procura ajuda, “a cabeça não aguenta”.
O
teólogo é homem de dores, que se assombra, que se admira, se abala, um
inconformado com o mundo a sua volta, que tem o coração partido pela Palavra.
O
tempo de discursos como “Pecadores nas mãos de um Deus irado” já acabou. Hoje,
se ele fosse declamado integralmente talvez causasse mais risos do que prantos.
Uns
dizem: “a igreja sou eu”, “não vou à igreja, mas Jesus está comigo”, “sou
cristão, mas não vou à igreja nenhuma”, “o homem é falho, só olho pra Deus”...
Não poderiam estar mais equivocados. Uma
pessoa só pode afirmar que é crente, cristão, evangélico, ou o que seja se
estiver inserido em uma comunidade de fé.
Curioso
como o pensamento reinante no nosso meio evangélico é totalmente contrário ao
das Escrituras, que diz que todos os crentes, não uma minoria, são chamados a
fazer teologia. Que seria experimentar, entender, estudar e ensinar desse Deus
para todos. Teologia não é para uma restrita classe de intelectuais, um tipo de
ilusório “clube do bolinha” gospel, na ilusão de se achar que é melhor que
muita gente que não valoriza a Palavra de Deus.
Isso
é fé: cremos para entender. Eventualmente sou questionado sobre “o que senti
quando levantei minha mão e fui lá na frente da igreja aceitando o convite do
pastor”. No consenso geral pensa-se em algo sobrenatural, manipulador,
apelativo. Mas minha resposta é sempre a mesma: a minha conversão foi racional,
veio de algo que tive certeza de que era o melhor para a minha vida. Certeza de
que ao tomar a decisão de conversão estava deixando uma vida leviana para trás
em busca de algo melhor, em sintonia com Aquele que me criou. E isso não tem
preço.